terça-feira, 15 de maio de 2012

Flor do mato


       Escrever sobre flor, dor e amor muitos já escreveram, e é muito fácil porque  é a vida da gente pautada nestes tristes ou alegres pontos. Embora não sendo novidade eu gostaria de escrever sobre a flor, flor do mato. Descrvê-la, dizer que a amo tanto e que sinto uma saudade enorme por não poder apreciá-la todos os dias. É uma bobagem, sei, mas que posso fazer se a flor que aprecio é aquela flor do mato.E nem toda flor é do mato. É mato! A flor autêntica, aquela que a Natureza oferece. 
      Ah! Quanta saudade da salsa ou jitirana da beira do rio... Que sobe e desce barreiras sem se importar em ser vista. O seu glamour é o mesmo. Não há jardineiro nem praga para podá-la ou atacá-la. Ela vive. Vida frágil, efêmera. Mas qual vida não é? E ela, na sua imponência, enfeita e colore a Natureza. Azuis, rosas, roxa... Porém, a que mais me encanta por ter rara beleza é a azul.  Algo de muito suave e leve me faz pensar que tudo poderia imitar a sua timidez e acalmar com esse toque azul que dão à água, que dão ao ar... Que dão ao mar!   
       O azul, doce azul da minha flor do mato, que por estar fora do alcance da humana mão, não se acanha em se mostrar. É simples. É humilde. Ninguém se interessa por ela. Sem valor, ela enfeita porque é seu dom. Não há jardineiro, nem quiosque, nem florista.  Ela e a Natureza, toda sua beleza está em nascer, florescer e morrer. Mas não é assim a vida de todos nós?! É um ciclo. E a flor do mato cumpre o seu. Ninguém repara na sua exuberância, no seu colorido. Ela passa, mas sua beleza marca o olhar de quem a vê. É a salsa ou a jitirana na beira do rio. Ou qualquer outra perdida no escravado. Um colorido sem par, inclusive a azul, raríssima em jardim, está ali para alimentar, talvez as lagartas, para que possamos ver as borboletas. .

Artemísia, a flor do mato.

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